Nine Songs, de Michael Winterbottom
Sem ser uma “pérola” neste Verão cinematográfico, o novo filme de Michael Winterbottom (“In This World”, “Code 46” e o genial “24 Hour Party People”), “Nine Songs”, que relata a relação de Matt (Kieran O'Brien) e Lisa (Margot Stilley) por entre concertos na Brixton Academy e sexo a rodos, não deixa, acima de tudo e por mais críticas de que possa ser alvo, de ser um filme directo e honesto... arredado de “conteúdo”, é verdade, mas debruçando-se sobre aquela relação como se um frame se tratasse – um frame que tem a duração de, precisamente, um ano.
As actuações estão lá não pela música mas pela letra (com excepção para Michael Nyman). De facto, pese embora o valor inquestionável de bandas como os Ferdinand, BRMC, Goldfrapp ou mesmo Dandy Warhols, cedo se percebe que os temas são escolhidos meramente em função das palavras cantadas ou gritadas, que reflectem cristalinamente o desenvolver da relação, o pico e, por fim, a chegada ao sopé. Só pela música já valeria o bilhete mas pedia-se muito mais nomeadamente em termos da sonorização, ao estilo do melhor filme português dos anos 80 (ok o filme foi gravado em Digital Video, e daí??).
Sem ser a tal “pérola”, o filme não deixa de ter os seus “momentos”... e um deles, claramente metafórico, ficou-me na retina como uma das melhores traduções do relacionamento sexual humano que já alguma vez ouvi, quando Matt, fascinado pela Antártida, compara estar nesse continente como “duas pessoas na cama – claustrofobia e agorafobia ao mesmo tempo”...
As actuações estão lá não pela música mas pela letra (com excepção para Michael Nyman). De facto, pese embora o valor inquestionável de bandas como os Ferdinand, BRMC, Goldfrapp ou mesmo Dandy Warhols, cedo se percebe que os temas são escolhidos meramente em função das palavras cantadas ou gritadas, que reflectem cristalinamente o desenvolver da relação, o pico e, por fim, a chegada ao sopé. Só pela música já valeria o bilhete mas pedia-se muito mais nomeadamente em termos da sonorização, ao estilo do melhor filme português dos anos 80 (ok o filme foi gravado em Digital Video, e daí??).
Sem ser a tal “pérola”, o filme não deixa de ter os seus “momentos”... e um deles, claramente metafórico, ficou-me na retina como uma das melhores traduções do relacionamento sexual humano que já alguma vez ouvi, quando Matt, fascinado pela Antártida, compara estar nesse continente como “duas pessoas na cama – claustrofobia e agorafobia ao mesmo tempo”...
Pensem nisto...
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