A Abordagem Abrupta dos Abutres....
Por entre copos feitos a álcool, mortalhas quase rasgadas e esmagadas entre dedos amarelos e ressequidos, irrompiam pelos bares adentro tal qual cowboys em western de gosto duvidoso, a penugem a gritar pelo peito fora, como quem quer fugir a uma inevitabilidade, a urrar como quem quer falar mas a falar como quem urra coisas desinteressantes... prescrutavam o seu olhar nas mais variadas direcções e assumiam a dianteira da sua essência... Podia sentir-se o silêncio mais calmo do mundo... mas o ruído da sua deselegância quebraria os mais fortes vidros e acordaria o mais sonolento dos homens...
Num minuto, o espaço à sua volta tornava-se numa arena... numa pista. Cada um debitava a sua especialidade. A sala, à volta, indiferente, não deixava de sorrir perante tamanha insignificância, mas ao mesmo tempo puxava de tapetes vermelhos para uma actuação só sua...
Em poucas ou muitas palavras tudo acabava... mas agora não interessa... ali naquele canto já não há vitórias ou derrotas mas cedências, não há sim nem não mas há todo o mistério que vai de cá para lá ou de lá para cá... e enquanto elas fumavam os seus cigarros e trocavam olhares, os tapetes eram ou não puxados, o silêncio era ou não vencido, uma surda gargalhada ecoava por entre os corpos... e num ligeiro movimento de ombros, de uma leveza indescritível, tudo começava de novo...
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