terça-feira, outubro 03, 2006

Tudo está bem quando acaba bem?



Bem vistas as coisas até tenho pena do Gil ir para à Liga de Honra... acabaram-se, por uns tempos, as intervenções hilariantes (na forma e conteúdo) do candidato a Pateta-Mor do futebol português. Isto embora ainda lhe falte alguns anos-luz para chegar aos calcanhares do Presidente do Nacional, Rui Alves). Claro.
Verdade seja dita: se há coisa que Fiúza não é, é burro. Repare-se que, na defesa intransigente (o que se esperava) dos interesses do seu clube, muniu-se da legitimidade mais que necessária para levar o caso até às mais últimas instâncias, ao escrutinar, em AG do clube minhoto, a posição pela qual se batia. O Zé Povinho foi atrás, logo, Fiúza demarca-se - legitimamente e com bastante argúcia diga-se de passagem - das responsabilidades que tem neste processo. Claro.
Quem saiu mais prejudicado de todo este imbróglio foram os jogadores de futebol de todos os escalões existentes no Gil. Enquanto a formação ficou congelada, sem poder jogar por imposição federativa, os seniores viram também congelados os seus salários, ao passo que se avizinhava que as faltas consecutivas aos jogos dessem direito a mais uma descida de divisão, o que felizmente não aconteceu. Enquanto isso, António Fiúza continuava a mandar bitaites e a fugir do Estádio no seu luxuoso jipe BMW X5. Claro.
Julgo que se o meu muito estimado Professor na Faculdade e ainda antigo Chefe de Departamento de Direito Comunitário, José Luís Cruz Vilaça, soubesse no que se iria meter, nunca teria aceite tal caso, por o aproximar do que de mais mesquinho tem o futebol português. Acabando até por sair pela porta grande (relembro os muitos louvores dispersos na imprensa quanto à competência técnica e sagacidade juridica de JCL), seria talvez asisado escolher outrem que pudesse dar a cara e sair menos lesado por isso mesmo. Não obstante, muitos milhares de contos dos antigos entraram no Departamento do qual ainda é Chefe, em sociedade de advogados de renome do qual é Sócio, contos esses que certamente não chegarão primeiro às contas bancárias dos jogadores do Gil. Claro.
Por fim, e contrariando o shake it, Mateus e mais doze ou treze voltaram atrás na sua decisão de abandonar o clube, alegando justa causa de rescisão pela falta de pagamento dos salários. O que os jogadores só mais tarde perceberam é que estavam reféns da sua Direcção, aquela que, supostamente, defendendo o clube, os defendia. Quando realmente caiu a bomba da despromoção (e até a ainda eventual despromoção à 2ª B) é que estes acordaram do pesadelo. Sucede que, à data, só uma alteração regulamentar, com aval da FIFA, poderia fazer com que estes novos-desempregados pudessem ser inscritos noutros clubes fora da época normal de inscrições. O que, conhecendo o futebol como nós conhecemos, se afiguraria tremendamente difícil (nunca antes feito em qualquer altura ou momento no futebol mundial). Daí que, no fundo, os jogadores tinham a opção entre sair, ir para a justiça e só voltar a jogar em Janeiro ou continuar a jogar pelo Gil e esperar receber os pagamentos em falta o mais rápido possível. Solução óbvia? A que iniciou este parágrafo. Claro.
Enfim... tudo está bem quando acaba bem? Está tudo bem... mas está tudo na mesma. Claro.

1 Comments:

At 1:00 da tarde, Blogger The Sherazade said...

O senhor apenas estava a segurar o casaco... :)

 

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