We’ve created a monster...
Julgo não andar muito longe da verdade se vos disser algo que, parece-me, a grande maioria de nós já notou, nomeadamente aqueles que acompanham minimamente o fenómeno: o futebol já não é só para homem ver e cada vez mais as mulheres são atraídas pelo chamado desporto-Rei (desconsiderando aqui as modalidades olímpicas do sex for sports e do halterocopofilismo, claro está...).
De facto, longe vão os tempos em que nos juntávamos só machos para assistir ao jogo da bola, fosse no café, fosse na casa daquele amigo com ecrã gigante (ou, vá lá, com a televisão maior... ou com garagem). A convivência estava garantida: umas bjecas para animar a malta, tremoço (sem dúvida o melhor marisco) ou amendoim a monte e muito fumo e unhas roídas... gaja que ali se metesse das duas uma: ou era um homem ou estava a apanhar a maior seca da sua vida por causa do namorado/marido.
Muito me apraz que hoje em dia as coisas sejam diferentes. Cada vez mais as nossas meninas vão desenvolvendo aquele gosto especial pelo futebol, que as faz ser tão ou mais ferrenhas que os cromos adeptos da nossa praça, como o Barbas ou o Zé-do-Laço, e que as leva a colorir os nossos estádios com a sua presença, o que apenas vem comprovar as componentes de comunicação e interacção que este desporto tem enquanto veículo mobilizador de agregação de massas, agora diferenciadas, pelo menos, no seu género.
Em Portugal - mais do que lá fora, dadas as excepcionais circunstâncias – a explicação deste fenómeno não andará dissociada, creio, do (relativo) êxito da nossa Selecção Nacional, que, desde 1996, data do Europeu de Inglaterra, nos tem andado a alimentar o ego, fora casos meramente pontuais, unindo-nos, homens e mulheres, num mesmo sonho guiado pelo futebol. Com o EURO 2000 e o EURO 2004 todo este processo cimentou-se e hoje em dia é vê-las nos cafés a berrar mais alto que os homens (“berro estridente” é, sem sombra de dúvida, um exclusivo feminino e não franchisável), nas tais garagens a fazer mais do que a arranjar os comes-e-bebes mas também a olhar para a caixinha ou até (isto sim!!) nos estádios a espalhar a sua beleza... quem não se lembra do famoso e-mail que passou pouco após o EURO 2004 com fotos de lindas raparigas (a não ser aquela portuga nojenta que participou no Big Brother...) a puxar pelas suas selecções?
A juntar a tais factos não será alheio, a nível global, uma clara aposta na fidelização do público feminino. Os manda-chuvas do futebol demoraram umas quantas décadas mas lá se aperceberam que com o advento da adepta de futebol, haveria a possibilidade de, no mínimo dos mínimos, duplicar as receitas desta indústria. É por esta razão que o futebol pouco se importa – bem pelo contrário, até promove – com os metrosexuais e com o culto da imagem do futebolista, o qual, ainda que continue com um cérebro do tamanho de uma noz (caso raro de estagnação ao nível da evolução das espécies), certo é – e sim, isto é que importa (?!?!) – já deixou de ser aquele machão sem jeito, de bigode e com tantos pêlos quanto o Tony Ramos...
Louvem-se as atitudes de promover a comparência das senhoras nos estádios. Desde entradas gratuitas ou preços mais reduzidos para mulheres, que não têm de ser necessariamente no dia da Mulher ou da Mãe, condições especiais para visionamento de jogos, promoções ao nível da fidelização aos seus clubes, oferta de brindes ou pequenas lembranças (mais pelo gesto em si) nos dias dos jogos... pouco mais falta para que possamos ter homem e mulher a partilhar o mesmo gosto e discutir a mesma linguagem futebolística.
Resta saber se isto será bom ou mau. Isso fica a cada qual, naturalmente... no meu caso, sem dúvida que as ter a nosso lado (ou do outro lado) é bem melhor... mas quando elas começam a discutir – e bem – futebol, ou as leis de jogo como o fora-de-jogo (este é o seu teste final) ou até a gozar connosco com as derrotas e infâmias do nosso clube... bem, é nessa altura que sabemos que criámos um monstro e nada mais há a fazer...
0-1 para os Machos (e notem que jogamos em casa...).
De facto, longe vão os tempos em que nos juntávamos só machos para assistir ao jogo da bola, fosse no café, fosse na casa daquele amigo com ecrã gigante (ou, vá lá, com a televisão maior... ou com garagem). A convivência estava garantida: umas bjecas para animar a malta, tremoço (sem dúvida o melhor marisco) ou amendoim a monte e muito fumo e unhas roídas... gaja que ali se metesse das duas uma: ou era um homem ou estava a apanhar a maior seca da sua vida por causa do namorado/marido.
Muito me apraz que hoje em dia as coisas sejam diferentes. Cada vez mais as nossas meninas vão desenvolvendo aquele gosto especial pelo futebol, que as faz ser tão ou mais ferrenhas que os cromos adeptos da nossa praça, como o Barbas ou o Zé-do-Laço, e que as leva a colorir os nossos estádios com a sua presença, o que apenas vem comprovar as componentes de comunicação e interacção que este desporto tem enquanto veículo mobilizador de agregação de massas, agora diferenciadas, pelo menos, no seu género.
Em Portugal - mais do que lá fora, dadas as excepcionais circunstâncias – a explicação deste fenómeno não andará dissociada, creio, do (relativo) êxito da nossa Selecção Nacional, que, desde 1996, data do Europeu de Inglaterra, nos tem andado a alimentar o ego, fora casos meramente pontuais, unindo-nos, homens e mulheres, num mesmo sonho guiado pelo futebol. Com o EURO 2000 e o EURO 2004 todo este processo cimentou-se e hoje em dia é vê-las nos cafés a berrar mais alto que os homens (“berro estridente” é, sem sombra de dúvida, um exclusivo feminino e não franchisável), nas tais garagens a fazer mais do que a arranjar os comes-e-bebes mas também a olhar para a caixinha ou até (isto sim!!) nos estádios a espalhar a sua beleza... quem não se lembra do famoso e-mail que passou pouco após o EURO 2004 com fotos de lindas raparigas (a não ser aquela portuga nojenta que participou no Big Brother...) a puxar pelas suas selecções?
A juntar a tais factos não será alheio, a nível global, uma clara aposta na fidelização do público feminino. Os manda-chuvas do futebol demoraram umas quantas décadas mas lá se aperceberam que com o advento da adepta de futebol, haveria a possibilidade de, no mínimo dos mínimos, duplicar as receitas desta indústria. É por esta razão que o futebol pouco se importa – bem pelo contrário, até promove – com os metrosexuais e com o culto da imagem do futebolista, o qual, ainda que continue com um cérebro do tamanho de uma noz (caso raro de estagnação ao nível da evolução das espécies), certo é – e sim, isto é que importa (?!?!) – já deixou de ser aquele machão sem jeito, de bigode e com tantos pêlos quanto o Tony Ramos...
Louvem-se as atitudes de promover a comparência das senhoras nos estádios. Desde entradas gratuitas ou preços mais reduzidos para mulheres, que não têm de ser necessariamente no dia da Mulher ou da Mãe, condições especiais para visionamento de jogos, promoções ao nível da fidelização aos seus clubes, oferta de brindes ou pequenas lembranças (mais pelo gesto em si) nos dias dos jogos... pouco mais falta para que possamos ter homem e mulher a partilhar o mesmo gosto e discutir a mesma linguagem futebolística.
Resta saber se isto será bom ou mau. Isso fica a cada qual, naturalmente... no meu caso, sem dúvida que as ter a nosso lado (ou do outro lado) é bem melhor... mas quando elas começam a discutir – e bem – futebol, ou as leis de jogo como o fora-de-jogo (este é o seu teste final) ou até a gozar connosco com as derrotas e infâmias do nosso clube... bem, é nessa altura que sabemos que criámos um monstro e nada mais há a fazer...
0-1 para os Machos (e notem que jogamos em casa...).
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