quinta-feira, dezembro 29, 2005

Hey Mr. DJ put a record on!

Há cerca de duas semanas voltei a fazer uma coisa que já só fazia mesmo em casa, distando longo tempo desde a última “aparição” no antigo bar Rompana para o efeito: passar música ou, more fashionably, ser DJ.

Confesso que ser DJ (atenção que estamos apenas a falar da “arte de enfiar CD’s em aparelhagens e carregar no Play”, segundo a definição Quase Famosos) é, a priori, um trabalho banal e sem grandes dificuldades: põe música – escolhe a próxima - tira a música – põe a outra – olha para a malta a ver se está gostar – escolhe a próxima – pede uma imperial – olha outra vez para a malta mas desta vez para galar aquelas duas jeitosas que parecem partilhar dos mesmos gostos musicais (pois pois), de outra forma não lançavam aqueles sorrisinhos – tira a música – põe a próxima...

Mas sabe quem o faz, ainda que na vertente mais “light” atrás descrita, o quão trabalhoso e moroso é todo o processo até se chegar ao produto final. Desde o enquadramento do som a passar no bar em questão, e que passa por uma análise cuidada e minuciosa do seu público-alvo, até à escolha propriamente dita das músicas em questão, passando pela compilação e organização de faixas, playlists e informações quanto às mesmas, que passa muitas vezes por uma procura exaustiva de um determinado tema, já para não falar, obviamente, dos conhecimentos necessários para manuseamento de (certas) mesas de mistura e decks.

Claro está que tudo isto, em abono da verdade se diga, é fácil quando comparado com aquilo que verdadeiramente é difícil nestas andanças: acolher ou ir de encontro à generalidade dos gostos musicais preferidos na casa em questão, criados, claro, pelas pessoas que o frequentam. E não só, pois é aqui que entra o cunho pessoal de quem está atrás dos pratos e que faz toda a diferença: a capacidade de, por entre esses gostos, procurar e conseguir inovar, através da escolha criteriosa de certos temas (aqui, normalmente, gosto pessoal), que farão realmente a “diferença” no set, por se afastarem do mainstream das músicas normalmente passadas.

Continuando na onda confessional... confesso que gostei de voltar a ser DJ. Passar boa música que mexe connosco e, acima de tudo, com as pessoas presentes, preenche-nos tanto quanto a satisfação de termos acabado de fazer um trabalho bem feito... com a vantagem imbatível da euforia gerada por um clima de festa que começa exactamente no “Play” e acaba naquele sorriso quase-fugidio de quem nos ouve e que simplesmente significa: “era mesmo esta agora...”.

Curiosamente (ou não), da última vez, o clímax da euforia veio inesperadamente (ou não) com a reminiscência feita pela passagem da música do genérico do D’artacão. Não vou esquecer tão cedo essa imagem - todo o bar em uníssono a cantar - como um dos momentos mais marcantes deste ano e que, inclusive, já vivi na noite do Barreiro.

Sexta-Feira próxima, dia 30, lá estarei mais uma vez, no Jackass (Barreiro). Sem D’artacão, desta vez, mas quem sabe com a Abelha Maia! ;-)