Anna Politkovskaia
Politkovskaia, de 48 anos, foi encontrada morta a tiro num elevador e, nas imediações, a polícia encontrou uma pistola e quatro cartuchos de bala, noticiou a agência russa Interfax, citando fontes policiais.
A morte da jornalista está a ser tratada pela polícia como um homicídio, segundo a porta-voz do procurador do Ministério Público de Moscovo, Svetlana Petrenko. O procurador-adjunto de Moscovo, Viacheslav Raskinsky, indicou por seu lado que a polícia suspeita de que o homicídio esteja relacionado com o trabalho da jornalista.
O incidente ocorreu cerca das 16:30 locais (12:30 em Lisboa) de sexta-feira no prédio de apartamentos onde Politkovskaia residia, segundo o director do jornal para o qual trabalhava, o Novaya Gazeta, Dimitri Muratov.
Anna Politkovskaia fez carreira como jornalista de investigação e tornou-se conhecida fora da Rússia pelas reportagens críticas que fez na república separatista da Tchetchénia, onde escreveu sobre os assassínios, torturas e espancamentos de civis pelas forças russas. Por essas reportagens, Politkovskaia recebeu vários prémios de jornalismo, entre os quais a Caneta de Ouro (da União de Jornalistas da Rússia), em 2001 , o do Pen Club International, em 2003, e o Prémio Jornalismo e Democracia da Or ganização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Anna Politkovskaia foi também uma das poucas pessoas que entraram no teatro de Moscovo, onde um comando tchetcheno sequestrou centenas de pessoas em Outubro de 2002, com o objectivo de tentar negociar o final do sequestro. A jornalista também escreveu um livro sobre a política do Presidente Vladimir Putin para a Tchetchénia, no qual apresentava provas dos abusos generalizados cometidos pelas forças governamentais contra civis. O seu mais recente livro intitula-se «A Rússia de Putin».
«Sempre que se discutia sobre se há jornalismo sério na Rússia, o prime iro nome que nos vinha à ideia era o de Anna Politkovskaia», disse hoje o director do Centro de Jornalismo em Situações de Crise, sedeado em Moscovo, Oleg Panfilov. Segundo este responsável, Politkovskaia recebeu várias vezes ameaças e, há alguns meses, desconhecidos atacaram a filha da jornalista, Vera, enquanto esta conduzia.
Em 2001, Anna Politkovskaia refugiou-se em Viena durante vários meses depois de ter recebido várias mensagens electrónicas com ameaças nas quais se afirmava que um polícia acusado por ela de abusos contra civis queria vingar-se. Politkovskaia denunciou o caso às autoridades e, em 2002, o agente da polícia Sergei Lapin foi detido no âmbito da investigação. No ano seguinte, no entanto, o processo contra Lapin foi arquivado.
A Rússia é um dos países onde mais jornalistas são mortos: 23, entre 1996 e 2005, segundo a Comissão para a Protecção dos Jornalistas.
Só não vê quem não quer: A Rússia continua a ser uma ditadura disfarçada de Democracia. Podiam era disfarçar um pouco mais como faz uma certa super-potência do outro lado do Atlântico...
2 Comments:
gostava de ouvir um comentario do jeronimo de sousa....
Perguntaram ao Álvaro Cunhal mas ainda n obtiveram resposta...
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