sexta-feira, setembro 30, 2005

Quem é o Peseiro?!?

No rescaldo de uma semana infame para as equipas portuguesas nas competições europeias – a confirmar que o nosso futebol, assim como a mentalidade portuguesa, só é capaz do 8 ou do 80 – e excepção feita ao Guimarães, fica o registo de mais uma eliminação do Sporting frente a equipas de nível claramente inferior, o que já vem dando ares de tradição para as bandas de Alvalade.

De facto, este Sporting, desde que me lembro (excepção feita ao de Inácio – principalmente - e ao de Bölöni - assim-assim), sempre jogou de forma sobranceira e altiva, sem um pingo de humildade, subestimando o adversário, principalmente quando este é desconhecido ou tem pergaminhos inferiores. O Sporting joga à imagem da sua nobreza, ao sabor da sua riqueza, e livre-se o nobre de respeitar o adversário e vestir o fato-de-macaco... muito menos se for de calibre inferior!

O que é mais intrigante é que este comportamento parece subsistir independentemente dos treinadores que por Alvalade passam, embora com alguns deles a altivez se pareça agudizar. É o caso de Peseiro. Pessoalmente, estou oficialmente farto do homem. Depois de na época passada o ter visto cometer erros atrás de erros e da tomada de consciência da incapacidade de lidar com o balneário – já não era assim no Real Madrid? – o capital de confiança do ribatejano foi contrabalançado pela campanha europeia e pela luta pela Liga, o que lhe dava, realmente, algum crédito. Acreditando que este ano iria aprender com os erros, apoiei a sua continuidade, para agora constatar que o sujeito não tem mesmo mãozinhas para aquilo.

O que salta à vista do comum mortal, acima de tudo, nem é a falta de estudo dos adversários ou as escolhas tácticas, antes ou durante o jogo. Nesse aspecto – o técnico - julgo que ele deve ser tão bom treinador como qualquer outro na nossa Liga. Mas a incapacidade em ser um verdadeiro líder de homens, aliada ao falhanço claro no domínio da psicologia de grupo - patente nas dificuldades em incutir nos seus jogadores uma mentalidade competitiva que se prolongue não só pelos 90m de um jogo mas por toda a época, independentemente do adversário - não deixam margem para dúvidas de que o Sporting necessita, efectivamente, de alguém que, pelo menos, dê uma imagem de controlo próprio e da equipa. Se o líder mostrar medo, os jogadores terão medo. E os sócios/adeptos sentem o medo a milhas... e quem gosta de um treinador medricas? E já agora alguém diga ao menino que a última coisa que um treinador deve querer ser é um porreiro. Os brasileiros do Sporting (excepção feita ao Rogério) por exp., agradecem...

Algo no Sporting vai mal em ano de Centenário. Gorada a Liga dos Campeões e a Taça UEFA, resta a Liga e a Taça para lavar as mágoas. Num misto de tristeza mas com um sorriso irónico devem estar Luís Duque (à boa imagem do que sucedem em política, nem precisa de fazer campanha presidencial... basta-lhe estar caladinho e esperar pelos inúmeros tiros nos pés de Dias da Cunha e Companhia), Miguel Ribeiro Telles, José Eduardo Bettencourt ou Carlos Freitas. A massa adepta do Sporting está divorciada da sua equipa, do seu treinador e dos seus dirigentes...

Quando tiver a consciência que estou a prejudicar e não a beneficiar o clube, serei o primeiro a sair”. Já cantava a Roisin Murphy, the time is now...

PS – Algum dia o Peseiro vai ter de me explicar que raio de conceito é esse do “treino integrado” em que uma equipa de topo se dá ao luxo de prescindir de um preparador físico...
(para o eripanarapakeka @ www.pontapesnaatmosfera.blogspot.com)

quarta-feira, setembro 28, 2005

Let the games begin...

Mais um fim-de-semana futebolístico (de 4 dias, porque em Portugal, dados os baixos índices de produtividade, e por acordo tácito entre os tugas, os fins-de-semana são antecipados e prolongados em um dia, daí a Liga calendarizar jogos também para Sextas e Segundas) e a constatação de uma série de factos que, à 5ª jornada, não podem passar despercebidos:

1 – O SCP é, sem qualquer sombra de dúvida, a melhor equipa portuguesa, o que se retira do episódio dos lenços brancos no jogo com o Setúbal no passado Domingo. De facto, já ouvi argumentações no sentido de que o tuga supporter é ingrato, impaciente, energúmeno e puxa do lenço da ranhoca tão facilmente como coça a micose. Também já ouvi dizer que o Trapalhoni/APAF na pretérita época sofreu na pele este fenómeno e ainda assim foi campeão. Mas... lenços brancos após uma vitória?!?! Nunca vi tal coisa em qualquer parte do mundo! Meus senhores, o nível de exigência não só do sócio/adepto sportinguista como do mundo do futebol em geral para com o SCP é ENORME, o que me leva facilmente a constatar que somos, efectivamente, os melhores... e porra livrem-se de ganhar pela diferença mínima senão...

2 – Ainda que não se entenda como atrás descrito – o que só revela uma capacidade de percepção da realidade em tudo equivalente à dupla LFV/JV e ao meu querido amigo Mohamed Said al-Sahaf – sempre se diz, em abono da verdade, que muitos daqueles lenços eram de saudade... sim, meus caros, de saudade... o simpatizante dos Leões tem saudades das substituições simples à Inácio, que se bem se lembram substituiu o Vagarosa pelo Tosquito 28945 vezes em 34 jogos do campeonato, num autêntico bluff que desnorteava as equipas técnicas adversárias, dado que quando ninguém pensava que o Inácio fosse fazer mais do mesmo... ora toma e embrulha e ali ia o rato Tosquito pelo campo fora!!!

3 – No final do jogo telefona-me o Paulo Baptista lavado em lágrimas, bastante agastado e triste, pois apercebeu-se, a dado momento, que os berros e urros de “palhaço” não eram um reconhecimento do seu trabalho e muito menos um incentivo a continuá-lo, uma vez que foram dirigidos ao Peseiro. Ora bolas, o seu a seu dono caramba!! “Palhaço” é um termo delico-doce que em Portugal apenas pode/deve ter como destinatários a família dos árbitros e a dupla LFV/JV, autênticos profissionais em exibição todo o ano num pré-fabricado ao pé do Colombo. Para o Peseiro sei lá... olhem, chamem-lhe “Zé Nabo” que vai com a cara dele, com as suas atitudes e para além do mais é quase igual em termos do cântico (a construção silábica de “Pa-lha-ço, Pa-lha-ço!!!” pouco ou nada difere de “Zé Na-bo, Zé Na-bo!!”).

4 – Lá para os lados das Antas joga-se bom futebol, sim senhor, mas ainda não percebi muito bem se é um futebol com ou sem adornos... de facto, uns fazem birrinhas por causa de umas trancinhas... outros pelos brincos... alguns por anéis... por isso não jogam... mas depois afinal lá jogam... que confusão!! Bom, por aqui se vê como em qualquer clube em que só faz falta quem está há, consoante as exigências, imprescindíveis...

5 – Ao fim de 7 anos, Nuno Gomes apontou o seu primeiro hat-trick na Liga Portuguesa. Instado a comentar tamanho seca num “ponta-de-lança” (piada fácil, eu sei) que joga numa Liga tão forte como a nossa, Nuninho argumentou “já podia ter feito inúmeros hat-tricks como daquela vez frente ao Mija-na-Escada, em que só não fiz porque estava a pôr o cabelo por trás do orelhómetro... ou daquela vez contra os Esgota-Pipas de Lagameças pois o cabelo colocou-se-me nas ventas... e a outra em que jogámos com aquela equipa engraçada que joga toda de preto e com uns putos muito reguilas que só queriam era praxar... praxe pr'aqui praxe pr'ali e passaram a joga toda a utilizar a minha linda bandelete como elástico contra as minhas fuças... ai os putos os putos...”

Saravá!
(para o eripanarapakeka @ www.pontapesnaatmosfera.blogspot.com)