terça-feira, maio 31, 2005

Avisem-me quando os Quatro Cavaleiros do Apocalipse chegarem, ok?

A cobertura dada pelos media ao não francês e a previsível resultado idêntico na Holanda (parece-me que só não será idêntico, literalmente, na medida em que os números do "não" sejam superiores a França) aborrece-me... quem de entre nós não perceba ponta do Tratado e dos seus mecanismos de ratificação, bem como a tramitação das escolhas europeias, não só dirá que o processo de institucionalização de uma Constituição Europeia está irremediavelmente ferido de morte como também que a própria UE, abalada nas suas estruturas, seguirá idêntico caminho, mais cedo ou mais tarde...

Bom, se isto é verdade qualquer dia também se anda aí a dizer à alarve que o Simão é, efectivamente, o pai da Mariana...

Ao contrário do que Jerónimo de Sousa (escreve-se assim mas lê-se PCP) aventa, o não francês não torna o projecto de Tratado nulo e obriga à reabertura e profunda reconsideração do processo. É preciso fazer notar que a vitória do não em França foi mais uma derrota pessoal de Jacques Chirac e do distanciamento arrogante de Bruxelas do que propriamente uma recusa de um texto que 90% dos franceses (e europeus) só conheceria se tivesse sido redigido pelo Dan Brown. Por outro lado, e isto sim é que é importante, do grupo de trabalho liderado pelo Senhor Giscard d'Estaing para elaboração do texto constitucional resultou um Anexo denominado "Declaração para a acta final de assinatura do tratado que estabelece a constituição" que reza assim:

"Se, decorrido um prazo de dois anos a contar da data de assinatura do Tratado que estabelece a Constituição, quatro quintos dos Estados-Membros o tiverem ratificado e um ou mais Estados-Membros tiverem deparado com dificuldades em proceder a essa ratificação, o Conselho Europeu analisará a questão".

Qualquer pessoa com um QI superior a 10 facilmente percebe que o Conselho não vai nem pode ficar refém de um ou de alguns Estados-Membros para aprovar e fazer valer o texto constitucional. Tal situação só de per si não faz qualquer sentido. Aliás, repare-se que o que esta Declaração vem instituir para a aprovação do Tratado é exactamente aquele princípio de não bloqueio das escolhas europeias por um Estado-Membro, presente no próprio texto da Constituição e causador de tanta celeuma. É claro que não é a mesma a consideração social que se faz de um não esloveno e de um não de França, país fundador... mas também já vai sendo tempo de pararmos de aferir qual de nós é mais ou menos europeu e de mandarmos os moralismos de pacotilha às malvas, não?

Epá... é claro que até lá ainda vamos ser atingidos pelo tal cometa ou invadidos pelos Muçulmanos (segundo Nostradamus este seria o penúltimo Papa, não é?)... ok e se não ratificarmos todos o Tratado vamos ter um azar do Karadas para o resto da vida, virar uns homens sexuais e ser escolhidos para secretárias pessoais do PSL...

Enfim... avisem-me quando eles chegarem ok?

domingo, maio 29, 2005

Sweet dreams are made of this...

02:45 - José Peseiro não regressou

Por momentos os meus olhos brilharam... e naqueles segundos antes do link abrir fui o Homem mais feliz do mundo....

Acessibilidades nas praias a pessoas com mobilidade condicionada

Voltando a uma parte do post de ontem, relativamente à criação de melhores acessibilidades a pessoas com mobilidade condicionada nas nossas praias, bastam apenas três pequeninos gestos para tentar minorar as dificuldades sentidas por estas pessoas:

1 - Criação de lugares de estacionamento para estas pessoas imediatamente junto às entradas das praias;

2 - Criação de rampas de madeira até perto da água para que não tenham de ser levados ao colo até à areia e até ao mar;

3 - Obrigatoriedade, pelo menos nas praias com Bandeira Azul, da existência de tiralôs (cadeira de rodas adaptada ao meio aquático, em estrutura de plástico e metal, que permite ao deficiente ou pessoa com mobilidade reduzida entrar dentro de água e nadar livremente).

Sei da existência de alguns destes equipamentos em praias como a de Carcavelos, Quarteira ou Osso da Baleia, em Pombal... mas não há uma das muitas praias que frequento (desde a Costa até às praias das Penínsulas de Setúbal e Tróia) que tenha tais equipamentos...

sábado, maio 28, 2005

Can we go any more down than this?

Só me rio... na Riviera com uns amigos e um deles a contar-nos a história do colega dele treinador de fitness... reza assim: telefona-lhe uma "amiga" interessada nele... mas o nosso herói já tem mais-que-tudo. Vai daí resolve apelar para a sinceridade e bom senso e dispara: "Ouve lá. O meu coração já está ocupado. Já tem dona. Por isso é assim: ou queres levar com ele... ou não queres levar com ele... agora tu é q sabes!".

Resposta da chica: "Ai não-sei-quê (não me lembro do nome do gajo) não sejas assim, não fales dessa forma comigo..." e acaba ali o telefonema.
Passados uns 20 minutos telefona-lhe de novo e diz a petiz "Lindo, então se quiseres vem cá passar a noite à minha casa, tá?"...
Moral da tarde de praia:
1- O ser humano é deprimente, baixo e patético.... mas isso faz-me rir tanto quanto os aproximadamente 16 milhões de benfiquistas no mundo...
2 - Será tão difícil colocar nas praias portuguesas melhores acessos para pessoas paraplégicas? Corredores ao longo da areia para cadeiras-de rodas, por exp., já mudava o bastante para que estas pessoas pudessem ir mais à praia e se se sentirem mais confortáveis.
3 - Futebol na praia... ainda que em variante slow motion... cansa...